1. As doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar. (MITO)
Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam em circulação em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar barreiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Em 2017, por exemplo, na Europa ocorreram surtos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). A vacinação é essencial para que exista a continuidade no controle, eliminação e erradicação de determinada doença. Embora não ocorram casos de poliomielite no Brasil desde 1990, por exemplo, não quer dizer que a doença não exista em alguma outra parte do mundo, que não haja risco de vê-la novamente no país e que isso não se torne um grande problema de saúde pública, especialmente nas pessoas que não têm o esquema vacinal completo.
2. Há efeitos colaterais da vacinação em bebês e crianças. (VERDADE)
As vacinas, assim como qualquer medicamento, apesar de serem muito seguras, podem, em raras ocasiões, causar eventos adversos, que podem ocorrer em qualquer idade. Eventuais reações, como febre, vermelhidão e dor local, podem ocorrer após a administração de uma vacina, sendo raros os eventos graves. Mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações. A erradicação da varíola e a eliminação da poliomielite (paralisia infantil) no Brasil, por exemplo, foi alcançada com o uso de vacinas, comprovando sua eficácia em promover proteção com segurança.
3. Doenças infantis evitáveis por vacinas são apenas infelizes fatos da vida. (MITO)
As doenças evitáveis por vacinas não têm que ser "fatos da vida". A vacinação é uma medida que vem sendo adotada pelos países há muitos anos e tem sido responsável pelo controle, eliminação e erradicação de várias enfermidades, como sarampo, poliomielite, varíola e rubéola. Essas doenças podem levar a complicações graves em crianças e adultos, incluindo sequelas irreversíveis e óbito. Uma pessoa que não tenha sido vacinada contra a coqueluche, por exemplo, que é uma doença imunoprevenível, com alta transmissibilidade e que compromete especialmente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios), pode apresentar febre, crises incontroláveis de tosse seca, congestão facial, falta de ar e vômitos, com possíveis complicações, como ruptura de diafragma, convulsões, hemorragia cerebral, entre outras manifestações graves. Dessa forma, quanto mais cedo for iniciada a vacinação na infância, mais cedo as crianças ficarão protegidas.
4. A vacinação infantil é muito importante. (VERDADE)
Quanto mais cedo for iniciada a vacinação na infância, mais cedo as crianças ficarão protegidas. As crianças pequenas são as mais suscetíveis às doenças, uma vez que suas defesas imunológicas ainda não estão bem formadas.
5. Vacinas causam autismo. (MITO)
As vacinas não causam autismo. Vários estudos sérios foram realizados e demonstrou-se que não existe relação entre vacina e esse transtorno do desenvolvimento. Entretanto, inúmeros estudos reforçam a importância e a segurança das vacinas. Em 1998, foi publicado um artigo em que o autor afirmava ter encontrado relação entre a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. No entanto, o estudo foi considerado falho, o autor foi criminalmente responsabilizado e teve o registro médico cassado e o artigo foi retirado dos arquivos da revista onde fora publicado. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação, expondo a população a subsequentes surtos de sarampo.
6. Tomar a mesma vacina duas vezes não faz mal. (VERDADE)
Não há problemas em tomar mais de uma dose de uma mesma vacina, pois nem toda vacina gera proteção permanente com uma única dose, necessitando de administrações subsequentes ao longo da vida para que os anticorpos (agentes de defesa do organismo) continuem em níveis adequados.
7. O mercúrio contido nas vacinas faz mal à saúde. (MITO)
O mercúrio é um dos componentes do timerosal, o conservante mais utilizado em vacinas multidoses. O objetivo é evitar a contaminação por fungos, bactérias e outros microrganismos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a utilização desse conservante por considerar o mercúrio seguro, sendo empregado em concentrações muito baixas, não cumulativo. E os estudos mostram que não há risco para a saúde, já que o organismo o elimina rapidamente após a administração da vacina.
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